Pichação: Arte ou Vandalismo?

    

  A pichação não possui uma data de nascimento bem definida, mas podemos ver claramente em sua história quando todas as discussões a respeito desta prática ganharam volume. No dia 29 de dezembro de 1884, em Paris, ocorreu o primeiro registro policial para o ato de escrever em muros, após este acontecimento, o movimento só foi ganhando cada vez mais força e se espalhando pelo mundo todo. Hoje em basicamente toda cidade brasileira, se encontram diversos pixos, em qualquer lugar que você vá, seja público, privado ou até mesmo patrimônio histórico. Essa atividade leva consigo um questionamento: Pichação, é uma arte? Protesto? Ou apenas vandalismo?
     Antes de qualquer coisa, quero deixar dois conceitos bem claros aqui: Arte e cultura.
 “Arte é a atividade humana ligada a manifestações de ordem estética, feita por artistas a partir de percepção, emoções e ideias, com o objetivo de estimular esse interesse de consciência em um ou mais espectadores, e cada obra de arte possui um significado único e diferente”
 “Cultura significa todo aquele complexo que inclui o conhecimento, a arte, as crenças, a lei, a moral, os costumes e todos os hábitos e aptidões adquiridos pelo ser humano não somente em família, como também por fazer parte de uma sociedade da qual é membro”.
 (Ambos os conceitos foram retirados do site https://www.significados.com.br)
     A pichação não é apenas riscos sem sentido ou desenhos completamente abstratos, cada pixo possui uma identidade, assinatura ou mensagem escondida, pois faz parte da marca de uma cultura e até mesmo de uma espécie de “competição”, já que cada pichador está sempre tentando superar o outro, marcando lugares mais altos ou de maior visibilidade. Digo que a pichação se encaixa sim! nos conceitos de cultura e arte, da mesma forma que o grafite. Mas a grande questão, é que em uma dessas artes a beleza se perde, já que os próprios artistas preferem transforma-la em crime, acabando por merecer o título de “vândalos”.
     Eu particularmente não me agrado ao ver muros, pontes ou monumentos pichados, mas não é por isso que sou contra ao movimento, afinal, seria a mesma coisa se eu quisesse acabar com o heavy metal apenas por não curtir o estilo musical. Sou contra o pixo porque é uma atitude que deprava o patrimônio privado ou até mesmo os patrimônios históricos. Pare e pense, como deve ser frustrante construir e pintar o muro de sua residência, investir seu dinheiro, tempo e esforço nisso, para no dia seguinte ter tudo aquilo estragado por rabiscos, pior ainda é quando tentamos manter viva a nossa história, investindo dinheiro público para a conservação do nosso patrimônio histórico, mas um vândalo com uma lata na mão, estraga toda essa preservação apenas para pôr uma marca.
     A arte deve ser incentivada e praticada, mas da forma correta. Tenho uma paixão por grafite, tenho até mesmo inveja daqueles artistas de rua que tem o talento para fazer obras tão bem-feitas e marcantes, que colorem nossos dias cansativos de trabalho, diminuindo aquele cinza mortífero e entediante que encaramos todos os dias em nossa rotina. A diferença entre grafite e picho? É simples! O grafite é realizado tanto em patrimônio público como privado, mas possui autorização do governo ou do proprietário, tornando-se legal. O picho não respeita nem seu “irmão”, afinal, quantos belos grafites nós já vimos estragados por pichações? Vários!

     Para mantermos uma sociedade civilizada, precisamos seguir normas, já que estas foram elaboradas para que todos possam viver bem e em harmonia. Se criminaliza a pichação, pois a arte de um acaba por prejudicar a vida de terceiros, criando uma situação de raiva devido a injustiça de ser prejudicado sem qualquer motivo, situação está que se não for contida pode ter resultados drásticos. Por isso temos no Art. 65 na Lei de Crimes Ambientais (N°9.605/98) a criminalização da pichação, mas temos também a descriminalização do grafite.
     A prática de riscar muros acaba por ser bem egoísta, já que os pichadores não se importam nenhum pouco com os prejuízos dos homens de bem, querem apenas deixar sua marca e seguir na “competição”, não pensam nos gastos públicos que eles geram (dinheiro dos nossos impostos), não pensam nos gastos do trabalhador. Por favor, vamos pôr a mão na consciência e pensar no que é melhor para a sociedade como um todo, não no que é melhor para mim ou para o meu grupo.

     Agora vamos pôr um fim naquela velha discussão: arte ou vandalismo? A pichação deveria ser uma arte, mas por ser mal praticada, se encaixa mais no conceito de vandalismo.

     Veja tudo isso exporto aqui livre de preconceitos em relação as pessoas que praticam essas atividades, olhem toda a situação pelo lado do que é justo perante a lei, mas nunca se esqueça, pense por fora do senso comum!

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